quarta, 24 de abril de 2024
Mercado financeiro

Destaques: pico da pandemia no Brasil e indicadores econômicos europeus e asiáticos

Aqui está o que você precisa saber sobre os mercados financeiros na quarta-feira, 24 de março

24 março 2021 - 09h10Por Investing.com

Por Geoffrey Smith e Ana Carolina Siedschlag, da Investing.com - Bolsonaro é alvo de panelaços durante pronunciamento, no dia em que o Brasil atinge a triste marca de 3 mil óbitos por Covid-19 em 24 horas. Os PMIs na Europa e no Japão vieram surpreendentemente fortes, enquanto, a secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, e o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, retornam ao Congresso americano para prestar contas com parlamentares.

Os preços do petróleo sobem drasticamente depois que um navio de contêiners bloqueeou o Canal de Suez, no Egito, principal rota do mundo da commodity. E Elon Musk joga outra bomba no Bitcoin.

Aqui está o que você precisa saber sobre os mercados financeiros na quarta-feira, 24 de março.

1. Brasil no ápice da pandemia

O Brasil chegou ontem ao recorde de 3.251 mortes por coronavírus notificadas no período de 24 horas, segundo dados do Ministério da Saúde nesta terça-feira (24). Além disso, o país ainda registrou 82.493 novos casos de coronavírus, com o total de infecções confirmadas avançando para 12.130.019.

À noite, em uma fala de pouco mais de 3 minutos, Bolsonaro, que já minimizou a efetividade da imunização e chegou a declarar que não iria se vacinar, defendeu que o governo vem tomando medidas de enfrentamento à pandemia e lembrou que em poucos meses o país estará produzindo de forma autossuficiente suas doses contra a Covid-19. A fala em rede nacional foi recebida por protestos contra o presidente em algumas cidades brasileiras.

"Estamos no momento de uma nova variante do coronavírus, que infelizmente tem tirado a vida de muitos brasileiros", disse Bolsonaro logo no início do pronunciamento. "Quero tranquilizar o povo brasileiro e afirmar que as vacinas estão garantidas", afirmou, citando previsões de doses ao longo do ano.

Ele se reúne hoje com os presidentes da Câmara e do Senado, Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (DEM-MG), que devem alertar, segundo O Globo, que a agenda legislativa ficará travada enquanto a pandemia não for controlada no país. Também participam dessa reunião o presidente do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, o vice-presidente Hamilton Mourão, ministros e governadores.

2. PMIs fortes na Europa e no Japão; EUA de olho em Yellen e Powell

A última rodada de indicadores de atividade econômica mostrou uma aceleração em março, com os índices de gerentes de compras da IHS Markit, os PMIs, ficando bem acima das expectativas no Japão e na Zona do Euro, bem como no Reino Unido.

As pesquisas são anteriores ao último aperto de restrições na Alemanha (que supostamente abandonou seus planos de paralisação nacional de cinco dias na Páscoa) e não foram suficientes para reverter grandes perdas do mercado de ações no início do pregão europeu.

Posteriormente, nos EUA, o presidente do Federal Reserve Jerome Powell e a secretária do Tesouro Janet Yellen devem repetir o depoimento diante do Comitê Bancário do Senado, um dia depois de Yellen sinalizar a possibilidade de aumentos de impostos para cobrir o déficit orçamentário. Haverá também dados de pedidos de bens duráveis para fevereiro e números semanais de refinanciamento de hipotecas. John Williams, Mary Daly e Charles Evans, do Federal Reserve, falam depois.

3. Ações devem abrir em alta; a última bomba de Bitcoin de Musk

Os mercados de ações dos EUA devem abrir em alta depois de caírem na terça-feira, em resposta aos temores de que a última onda de Covid-19 varrendo a Europa, Índia e América do Sul possa atrasar a recuperação econômica global.

Às 9h04, os futuros do Dow Jones, do S&P 500 e do {{8874 | Nasdaq 100}} subiam 0,35%, 0,38% e 0,75%, respectivamente. O índice EWZ, que replica o Ibovespa em Wall Street, tinha leve baixa de 0,03% na pré-abertura.

As ações que provavelmente estarão em foco mais tarde incluem Tesla (NASDAQ:TSLA) (SA:TSLA34), cujo CEO Elon Musk anunciou via Twitter que a montadora agora está aceitando Bitcoin como pagamentos. A notícia fez o Bitcoin subir 5%.

Disney (NYSE:DIS) (SA:DISB34) e AMC Entertainment (NYSE:AMC) também devem ficar em foco, depois que a gigante do cinema anunciou que lançará dois grandes filmes em seu canal de streaming e cinemas ao mesmo tempo - se protegendo dos receios de que os consumidores não queiram mais se aventurar nos cinemas.

4. CEO da Intel apresenta a nova estratégia

A Intel (NASDAQ:INTC) (SA:ITLC34) mapeou os planos para se restabelecer como a maior fabricante de chips do mundo com um novo plano estratégico de US$ 20 bilhões que prevê a construção de duas novas fábricas no Arizona, nos EUA.

O plano sinaliza uma reafirmação do compromisso da companhia em fazer seus próprios chips, ao mesmo tempo em que aponta para a abertura de mais terceirização e contratos de fabricação em nome de terceiros. A proposta chega em um momento oportuno, quando as deficiências das cadeias de suprimentos atingem todos os continentes.

O novo CEO, Pat Gelsinger, também disse que as vendas da empresa cairão menos do que o temido este ano, depois que a receita e o lucro excederam as expectativas internas no primeiro trimestre. As ações da Intel subiam 5,6% no pré-mercado americano.

5. Bloqueio de Suez eleva os preços do petróleo

Os preços do petróleo bruto subiram acentuadamente depois que um grande navio de contêiner encalhou no Canal de Suez, no Egito, bloqueando uma das rotas comerciais mais importantes do mundo. Relatos sugerem que o desbloqueio do canal pode levar até três dias.

Por volta de 9h07, os futuros do WTI subiam 2,35%, a US$ 59,12 o barril, enquanto os do Brent avançavam 2,2%, a US$ 62,13 o barril.