quinta, 25 de abril de 2024
Inflação

Dados da inflação no Brasil e EUA: analistas avaliam impacto dos números

Nesta quarta-feira, foram divulgados dados do IPCA, no Brasil, e do CPI, nos EUA

11 maio 2022 - 10h48Por Redação Spacemoney

Nesta quarta-feira (11), as atenções estão voltadas para os números da inflação aqui no Brasil e também nos EUA, com o mercado tentando digerir os dados e prever como ficarão os juros nos próximos meses.

Segundo Fabio Louzada, economista, analista CNPI e fundador da Eu Me Banco, escola de educação financeira, o IPCA veio acima das expectativas a 1,06% com a maior variação para um mês de abril desde 1996. 

Na avaliação de Louzada, o IPCA tinha mais potencial de segurar o mercado caso viesse abaixo de 0,90%. “Com esses dados de inflação subindo, o mercado vai seguir com expectativa cada vez mais negativa. Agora, temos uma inflação acumulada de 12,13% em 12 meses”, ressalta.

Para ele, o IPCA de abril era um indicador que poderia segurar a queda do mercado e os juros futuros, mas acabou decepcionando.

“Os EUA estão subindo juros para conter a inflação. Isso faz com que todas as economias ao redor tenham que fazer o mesmo. Assim, o Brasil deixa de ser atrativo e o risco/retorno deixa de compensar para investidores estrangeiros com as instabilidades políticas e deterioração fiscal”.

EUA

E reforçando este cenário, o índice de preços ao consumidor nos Estados Unidos (CPI, na sigla em inglês) subiu 0,3% em abril, quando comparado ao mês anterior, conforme dados divulgados também nesta quarta-feira. Na comparação com abril de 2021, a alta foi de 8,3%.

O resultado veio abaixo da alta de 1,2% de março, mas acima do esperado pelo mercado.

Para Marcelo Oliveira, CFA e fundador da Quantzed, empresa de tecnologia e educação financeira para investidores, o dado mostra que o Fed tem trabalho duro pela frente. 

“O mercado está vendo que o Fed vai ter que subir juros de forma mais rápida do que era previsto”. Ele explica que isso faz com que os ativos de risco se reprecificarem.

“Tivemos China, EUA, Alemanha e Brasil divulgando inflação agora pela manhã. Todos os números bem ruins mostrando que esse problema veio para ficar e, por enquanto, vamos ter que lidar com ele com medidas bem duras”, avalia Oliveira. 

Perspectivas

Para Oliveira, o cenário começa a mostrar a Selic terminando o ano em 13,5% ou até 14% por causa da inflação persistente.

Diante dessa conjuntura, Louzada diz que os investidores têm buscado correr para ativos mais seguros, como o dólar, além de enviarem os seus recursos para países mais desenvolvidos. “Nesse contexto, o investidor tende a correr de emergentes”.