quinta, 25 de abril de 2024
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Cidades inteligentes são o futuro da urbanização; veja o porquê

Conceito diz respeito às cidades que utilizam tecnologia de ponta em serviços conectados e que atendam aos interesses da população

03 novembro 2021 - 10h38Por Agência EY

Tecnologia de ponta totalmente conectada e aplicada na construção de um ambiente urbano melhor para todos. Assim podemos definir as cidades inteligentes, um conceito cada vez mais discutido entre urbanistas, administradores públicos e a sociedade.

Mais do que uma cidade digital, a cidade inteligente é aquela que promove o bem-estar da sociedade por meio da conectividade nas mais diversas áreas da administração pública, como mobilidade urbana, segurança e bem-estar social. 

Até pouco atrás, entendia-se como cidade inteligente aquela dotada de serviços como semáforos que abriam e fechavam conforme o fluxo de veículos, aplicativos de transporte público, serviços públicos pela internet, etc. Mas o conceito vai além disso.  

“A cidade inteligente é aquela que consegue oferecer ao cidadão serviços públicos que possam melhorar a qualidade de vida das pessoas. Ou seja, não adianta uma cidade dispor de tecnologia e isso não melhorar a vida dos cidadãos”, explica o engenheiro Roberto Silva, diretor-executivo da EY na área de tecnologia.  

Silva utiliza como exemplo a iluminação pública. Não basta a instalação de lâmpadas LED para que a iluminação seja considerada inteligente. Isso é uma iluminação moderna.

Na cidade inteligente, as luminárias públicas são programadas para acenderem de acordo com a intensidade da luz natural e a região – uma área com mais árvores necessita mais luminosidade à noite.

Além disso, as luminárias devem estar conectadas em outros sistemas tecnológicos, como câmeras que forneçam imagens em tempo real, por exemplo.  

“As câmeras controlam o trânsito o tempo todo e podem indicar o melhor caminho para uma ambulância em uma emergência. Ou aumentar a sensação de segurança dos pedestres e coibir crimes”, diz Silva.

“Por isso, não podemos confundir a cidade digital com a inteligente, que é a conexão de tudo, nada pode estar funcionando de maneira isolada”, completa.  

O mesmo vale para ações que reduzam a burocracia, evitem deslocamentos desnecessários e perda de tempo em filas.

Os postos de atendimento para emissão de documentos e outros serviços públicos são um bom exemplo. “Imagine o tempo economizado pela pessoa se ela emitir uma certidão diretamente na internet, sem precisar ir até a prefeitura”, diz Silva. 

“Cidade inteligente é uma evolução do conceito de cidade digital. Na cidade digital, um número considerável de ferramentas de tecnologia da informação é utilizado. Mas somente se pode dizer que a cidade está se tornando inteligente quando essas ferramentas passam a operar de forma integrada e os processos se tornam ‘inteligentes’", explica Vivaldo José Breternitz, professor da Faculdade de Computação e Informática da Universidade Presbiteriana Mackenzie. 

Segundo Breternitz, poucas cidades no Brasil caminham para se tornarem realmente inteligentes.

O professor cita um estudo do IESEBusiness School, que pertence à Universidade de Navarra. Foram analisados aspectos como capital humano, economia, meio ambiente, planejamento urbano, tecnologia e mobilidade de 174 cidades em todo o mundo, com o objetivo de criar um ranking de cidades inteligentes.  

A cidade brasileira mais bem posicionada no ranking do IESE foi o Rio de Janeiro (128ª), seguida de Brasília (130ª) e São Paulo (132ª).

As três localidades mais inteligentes do mundo, segundo o levantamento do instituto espanhol que se dedica ao estudo de “smart cities”, são Londres, Nova York, e Amsterdã. 

As cidades inteligentes também devem ser mais sustentáveis.

Empresas como a Siemens já desenvolvem projetos e programas para oferecer tecnologia de ponta às localidades que pretendem aliar a tecnologia de ponta com a sustentabilidade em áreas como mobilidade urbana e gestão eficiente de recursos naturais.   

Especialistas, porém, advertem sobre a necessidade dos governantes estabelecerem prioridades, em especial nos países mais pobres, onde os recursos são mais escassos.

“Os investimentos devem ser compatíveis com as necessidades do cidadão. É muito bom investir em tecnologia, mas o governante também deve estar atento para a necessidade de atender áreas prioritárias, como saneamento básico e saúde”, diz Rafael Colnago, consultor da EY. 

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