quarta, 17 de abril de 2024
Criptomoedas

Bitcoin pode ver retomada no 4° trimestre com investidores à caça de rendimentos

Especialista aponta que ativo digital possa atingir US$ 100 mil ainda neste ano

19 julho 2021 - 17h53Por Investing.com
 - Crédito: Viktor Forgacs via Unsplash

Por Yasin Ebrahim, do Investing.com A queda em desgraça do Bitcoin não calou seus apoiadores, que estão confiantes de que a caçada por rendimentos irá levar os investidores institucionais às portas da popular criptomoeda já no quarto trimestre.

"Estamos olhando para três meses voláteis, tanto para cima como para baixo [...] mas ainda acho que vamos ver US$ 100.000 este ano, provavelmente no quarto trimestre", disse Michael Venuto, diretor de investimentos da Toroso, em entrevista ao Investing.com.

Este próximo grande motor da demanda que irá finalmente reacender a tendência bullish do Bitcoin não vai ter nada a ver com a criptomoeda. Em sua caça por rendimentos, os investidores institucionais começarão a buscar o Bitcoin e outras criptos.

Os investidores institucionais são veteranos na caçada por rendimentos, ou na falta destes, especialmente no mercado de títulos, em que o ambiente de baixas taxas tem entregado retornos lastimáveis ou até mesmo negativos.

Mas a grande aposta dos investidores institucionais não estará mirada no Bitcoin ou nas outras criptos, mas sim no rendimento que elas podem gerar quando emprestadas aos mutuários.

"As pessoas começam a perceber que podem realizar stakes dos seus Bitcoins, USDCs ou outras criptomoedas e receber um rendimento de 4% ou 5%. Vamos ver muito dinheiro saindo da renda fixa tradicional para formas de criptomoedas", adicionou Venuto.

Embora os produtos de blockchain possam ser complexos e muitas vezes oferecidos com uma alta curva de aprendizagem que pode espantar investidores, investir em produtos de rendimento é mais fácil e mais rápido de entender.

"Acho que a história dos rendimentos realmente está atraindo nova demanda", Cynthia Wu, chefe de Desenvolvimento de Negócios na Matrixport, disse ao Investing.com em entrevista na quarta-feira. "Embora os investidores possam não entender exatamente até onde pode ir a alta de preço do Bitcoin, para eles é muito claro e fácil entender o prêmio dos juros".

De forma semelhante aos negócios bancários tradicionais, os investidores podem realizar stakes, ou emprestar as suas criptos como Bitcoin ou stablecoins como USDC e USDT, e receber rendimentos ou juros dos mutuários em troca. Os mutuários geralmente são instituições ou varejistas que têm necessidade de contrair empréstimos. Um perfil típico de mutuário são os mineradores de cripto, que pedem empréstimos dos stablecoins para pagar por seu capital de giro básico ou por investimentos em equipamentos de mineração. Também é comum encontrar um fundo de hedge, negociando na alavancagem, que pega criptomoedas emprestadas para negociar.

"A fim de pegar um empréstimo em um stablecoin de plataformas como a nossa [Matrixport], os mutuários precisam empenhar garantias, como por exemplo, BTC ou ETH conosco, e ao mesmo tempo pagam juros", disse Wu. "Esses juros são [então] distribuídos ao investidor [no produto de rendimentos]".

Mas é preciso se proteger contra as inevitáveis oscilações no valor do Bitcoin e outras criptos. Isto geralmente é feito por meio de um mecanismo do tipo valores de cobertura, que exige que o devedor deposite mais colateral quando a relação empréstimo-valor ultrapasse um determinado limiar.

"[S]e emprestarmos a outras instituições, e tomarmos Bitcoin como garantia, o valor flutuará porque o preço flutuará", Wu acrescentou. "Se a relação empréstimo-valor subir a uma determinada porcentagem, então nós faremos uma chamada de margem [solicitando] o mutuário ponha mais margem. Se não fizer isso, então haverá uma liquidação forçada para garantir que o principal do investidor seja protegido".

Mas os investidores tradicionais não estão nos títulos apenas pelos rendimentos, mas sim pela cobertura, ou benefícios de diversificação que oferecem proteção para as suas carteiras quando as incertezas atingem a renda variável.

O Bitcoin, no entanto, teve uma reação mista quando o tema da diversificação é abordado, especialmente num momento em que perdeu quase metade do seu valor desde a máxima dos US$ 60.000. Alguns, entretanto, são rápidos em lembrar os investidores que abandonem os óculos dos investimentos de curto prazo para julgar o Bitcoin.

"A premissa da diversificação em Bitcoin é que ele vai ter um desempenho superior [no longo prazo em relação a outras classes de ativos]", disse Brad Yasar, CEO e fundador da EQIFI. "O Bitcoin é um ativo que superou todos os tipos de ativos nos últimos 10 anos".