*Por Fabian Valverde
Quando as pessoas me questionam o que fazer para potencializar os resultados em suas empresas, respondo instantaneamente: “Arrume um mentor”. Nos últimos 22 anos sempre tive a oportunidade de trabalhar com os mais brilhantes mentores que impulsionaram os meus resultados tanto profissionais como pessoais.
A jornada nessas duas décadas foi interessante. Primeiro como fundador de empresa ainda na faculdade, totalmente sem experiência e com muita vontade. Na sequência, atuei em empresa que virou líder global de seu segmento saindo do zero. Ainda teve passagem por grande empresa de software, me tornar sócio de uma empresa que atua como consultoria em planejamento, gestão, capital e M&A e, finalmente, voltando a fundar um negócio de crédito pessoal.
Algo em comum em todo esse período foi a presença marcante de mentores. De acordo com o momento de vida e experiência, minha relação com os meus mentores foi amadurecendo. Recorrendo a eles, consegui ter acesso aos insights, experiências e sabedoria de outras pessoas.
Eles compartilham comigo o que aprenderam em seus sucessos e, o que geralmente é ainda mais interessante, com seus fracassos. Seus pontos de vista diferentes são como um guia que me conduzem onde não sou capaz de enxergar para além de minhas limitações pessoais e conhecimentos. Isso tem me ajudado a pilotar os negócios em tempos bons, ruins ou ótimos. Sem nenhuma hesitação, posso afirmar que, sem meus mentores, eu nunca teria chegado tão longe.
Uma pessoa que é boa mentora é alguém que foi mais longe que você, já viu mais coisas, falhou de formas mais interessantes e venceu desafios mais complexos do que os que você enfrentou. Isso também é válido para pessoas que ganharam profundidade em um tema que você não teve a chance de se dedicar tanto.
Muita gente preenche esses requisitos, até mesmo simultaneamente. Em cada período da vida, tive em média 10 mentores de perfis muitos variados.
Para construir sua base de mentores, o primeiro ponto é não se enganar. Na minha experiência prática, dificilmente encontra-se um mentor “completão”. Aquela pessoa que pode lhe ajudar em múltiplas áreas e habilidades com uma grande profundidade é o tipo “mosca branca” difícil de encontrar. Ao descobrir isso, fui me cercando de mentores com diferentes perfis e personalidades.
Mentor pode ser um superior imediato, pode ser aquela pessoa super qualificada de outra área da empresa, um membro do Conselho de Administração, a especialista em um tema que você quer conhecer um pouco mais, um dos investidores da sua empresa, alguém da sua família ou até mesmo uma colega de faculdade que tomou rumos bem diferentes dos seus.
Para citar os meus exemplos, sem citar diretamente os mentores, hoje tenho nos meus favoritos do celular “o mago das finanças”, “o mentor dos mentores”, “o super vendedor”, “a líder de pessoas”, “o especialista em growth”, “o modelador de crédito”, “a estrategista”, “a relações públicas”, “o mestre das artes marciais”, “o cara da captação/funding”... E como forma de retribuir ao mundo, fico feliz em estar na lista de favoritos de algumas pessoas como seu mentor.
Já imaginou ter um mentor e compartilhar com ele seus planos, sonhos e ansiedades? Com essa relação de simbiose e troca (sim, o mentor também cresce com seu mentorado) você tem a oportunidade de ver o que o seu mentor vê, pensar o que ele pensa e então aplicar essas ideias em seu negócio e vida de formas que talvez nunca tenha imaginado.
Perde tempo não. Arrume um mentor!
Fabian Valverde é fundador e CEO da Paketá e sócio na Auddas