quinta, 25 de abril de 2024
Projeções

Até 13,25% ao ano? Veja o que especialistas estimam para a Selic em 2022

Guerra entre Rússia e Ucrânia influencia opiniões de especialistas que já estavam de olho em inflação, combustíveis e preços de commodities

10 março 2022 - 14h32Por Redação SpaceMoney

Em meio a um cenário conturbado internacional com a guerra entre Rússia e Ucrânia, na próxima semana, o Copom (Comitê de Política Monetária), do Banco Central (BC) se reúne para definir a taxa Selic. Atualmente, a taxa está em 10,75% ao ano. A última decisão elevou a Selic em 1,50% no início de fevereiro e representou a oitava alta consecutiva.

Boa parte do mercado acredita que o Banco Central deve estender ainda mais o ciclo de alta da taxa básica de juros para conter a inflação.

João Beck, economista e sócio da BRA, escritório credenciado da XP Investimentos, acredita que o colegiado mantém o ritmo de 100 pontos: "Não acredito numa aceleração das altas. Acredito que ela virá de uma taxa terminal maior em 50 pontos e que pode permanecer estática por mais tempo".

Segundo o especialista, o mercado previa um ajuste negativo já no fim deste ano para a taxa, o que já mudou.

"Sob as novas circunstâncias de aumento de alimentos e energia, acreditamos numa extensão de pelo menos um semestre para as taxas começarem a cair. As expectativas se adiaram para o meio do ano de 2023", diz.

Para Rob Correa, analista de investimentos CNPI e autor do livro “Guia Do Investidor de Sucesso no Longo Prazo”,  o Banco Central adotará uma postura mais incisiva na próxima reunião.

"Eu acreditava em uma Taxa Selic de 11,75% no auge do ciclo de aperto em 2022, mas isso era antes da guerra na Ucrânia. Com esse fato novo no cenário e os respectivos impactos inflacionários, agora minha previsão é de 12,75% até o fim de 2022", afirma.

De acordo com Correa, a inflação atual que temos no Brasil não tem mais relação com a Covid-19, mas sim com as commodities.

"Tudo isso devido ao conflito entre Rússia e Ucrânia. Os principais componentes da inflação como alimentos e combustível estão sendo impactados pela guerra e a inflação atual ainda não reflete o conflito. A disparada do petróleo, das commodities agrícolas e o problema com fertilizantes irão pressionar ainda mais a inflação que já está além da meta", comenta.

Marcelo Oliveira, CFA e fundador da Quantzed, acredita no aumento de 100 pontos para a próxima reunião e em um comunicado mais forte que os anteriores: “Vejo que o mercado espera um Banco Central ainda duro ao combate à inflação, elevando a Selic nessa reunião e ainda mais duro no discurso. Já há uma expectativa de uma Selic terminal mais alta nesse ciclo devido à guerra. Algumas casas falam até em 13.25%”, diz.

Com a Selic mais alta, a renda fixa tem atraído cada vez mais investidores.

Para Leandro Vasconcellos, CFP®️, head da mesa de alocação Alta Renda e sócio da BRA, em momentos como esse, vale apostar em títulos atrelados à inflação e títulos pós-fixados.

“Eu destacaria ainda a indústria de fundos multimercados. Existe um seleto grupo de bons gestores globais que são bastante habilidosos em capturar movimentos de preços globalmente. Nós temos notado o bom desempenho de algumas gestoras com esse perfil e essa tendência deve se manter daqui para frente”, complementa.

Com informações de GSC.