sexta, 19 de abril de 2024
Paralisação

Apesar de congelamento do ICMS, caminhoneiros dizem que greve está mantida

Categoria diz que medida adotada pelo Confaz não surtirá efeito

29 outubro 2021 - 15h04Por Redação SpaceMoney

Nesta sexta-feira (29), lideranças dos caminhoneiros criticaram o anúncio do Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária) sobre o congelamento do valor do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) cobrado pelos estados e pelo Distrito Federal (DF) nas vendas de combustíveis pelos próximos 90 dias.

Segundo a categoria, a mudança não trará resultados.

“Congela-se o ICMS, e o PPI (Preço de Paridade de Importação) continua. Significa perda de arrecadação para os estados e lucros para os acionistas (da Petrobras”", disse Edvan Ferreira, uma liderança do Piauí, em entrevista ao UOL.

O PPI é a política de preços adotada pela estatal, que repassa para os combustíveis as variações do dólar e do petróleo no mercado internacional.

“(O congelamento) É uma medida paliativa, não vai resolver o problema. Os estados também foram beneficiados --e muito-- com esses aumentos dos combustíveis. Está na hora de rever a tributação. Mas se a Petrobras não mudar (a política de preços), não irá surtir efeito”, acrescentou Edvan.

Somente neste ano, o diesel já subiu 65,3% nas refinarias, enquanto a gasolina teve alta de 73,4%.

Marconi França, líder da categoria no Recife, também não vê mudanças com o congelamento e reafirmou a paralisação a partir do dia 1º de novembro.

“A adesão está animadora, bastante grande. Há pessoas que, na última chamada, eram do contra, mas que agora estão parando pela dor. Eles estão vendo que não dá mais para continuar rodando. Está crescendo bastante o movimento”, declarou.

Ontem (28), cerca de 60 lideranças participaram de uma audiência pública promovida pela Frente Parlamentar Mista do Caminhoneiro Autônomo e Celetista para discutir a greve no começo do próximo mês. O encontro contou com a presença também do Sindicam (Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens da Baixada Santista e Vale do Ribeira).

*Com informações do UOL Economia.