A tarifa de 25% sobre importação de aço e alumínio imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em vigor desde a última quarta-feira, 12, tem baixa repercussão na economia brasileira de modo geral, mas um impacto relevante para o setor siderúrgico, informou o jornal O Estado de S.Paulo.
De acordo com um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgado na quarta-feira, 12, a sobretaxa pode gerar queda de 2,190% da produção local de metais ferrosos, contração de 11,2% das exportações e redução de 1% das exportações.
Com isso, o Brasil teria perda de exportações equivalente a US$ 1,5 bilhão e uma queda de produção de quase 700 mil toneladas em 2025, afirmou o Ipea.
Já na economia geral, o estudo da instituição prevê que a medida de Donald Trump vai provocar uma queda de apenas 0,01% do PIB e de 0,03% das exportações totais, com ganho de saldo na balança comercial de US$ 390 milhões, já que a redução da atividade econômica também à redução nas contas (0,26%).
No caso dos EUA, o Ipea estimou que a tarifa teria pequeno impacto sobre o PIB dos EUA (-0,02%), mas geraria quedas mais significativas do investimento (-0,5%), das exportações (-0,4%) e das importações (-0,66%), bem como o aumento de US$ 7,30 bilhões do saldo comercial, valor considerado “insignificante” ante o déficit comercial de mais de US$ 1 trilhão no comércio de mercadorias.
“Em termos setoriais, as importações norte-americanas de metais ferrosos permanecem expressivas,de 39,2%, enquanto a produção doméstica teria aumento de 8,95%. As exportações foram reduzidas em 5,32%”, apontou o Ipea.
Outros setores produtivos no país também tiveram queda de produção em função da tarifa, como máquinas e equipamentos (-1,10%), produtos de metal (-0,90%), equipamentos elétricos (-0,6%) e veículos e peças (-0,50%), como reflexo do aumento do custo de produção gerado pelo encarecimento do aço.
Também as exportações desses setores foram prejudicadas (quedas de respectivamente, -1,90%, -4,30%, – 0,90% e -0,70%), assim como as próprias exportações do setor de metais ferrosos (-5,30%).