sexta, 19 de abril de 2024
Finanças comportamentaisCOLUNA

Finanças comportamentais

Rodrigo Wiethorn

Especialista em comportamento do consumidor e marketing digital.

Finanças comportamentais: o que o comportamento do consumidor pode te ensinar na hora de investir?

Esse é um assunto essencial para quem quer descobrir como desenvolver seus negócios e investir de forma inteligente

03 agosto 2021 - 15h12
Finanças comportamentais: o que o comportamento do consumidor pode te ensinar na hora de investir?

Para além dos números e dados que cercam o mercado financeiro, um fator de extrema importância que deve ser sempre levado em conta é a questão humana que está por trás do mercado.

Por mais que pensemos que na hora de investir apenas pontos racionais entram em jogo, isso é mentira. Assim, precisamos entender os fatores emocionais e comportamentais que influenciam esse momento, os quais chamamos de finanças comportamentais.

Conhecidas muito mais na área da psicologia do que na de investimentos, esse é um assunto essencial para quem quer descobrir como desenvolver seus negócios e investir de forma inteligente.

E se não for por motivos de conhecer a si mesmo, pense nas finanças comportamentais como uma maneira de conhecer o mercado de forma mais profunda.

Desse modo, continue conosco para aprender o que são as finanças comportamentais, quais seus tipos e muito mais!

O que são finanças comportamentais?

Finanças comportamentais são uma área de estudo que se foca em entender como questões cognitivas, emocionais e sociais influenciam fatores econômicos.

Diferentemente de uma economia tradicional, na qual são levados em conta fatores meramente numéricos, aqui se vê uma preocupação em entender os porquês por trás dos dados.

De forma bem simples, podemos mostrar na prática as finanças comportamentais com um exemplo cotidiano: se a economia tradicional diz que para economizar dinheiro é preciso apenas poupar, as finanças comportamentais dirão porque as pessoas não conseguem efetuar essa ação.

Dessa maneira, ao entender os tipos de decisão que organizam as Finanças, você será capaz de prever possíveis ações e se preparar para as armadilhas do mercado. Tendo assim, seu foco sempre voltado ao que é melhor para você.

Finanças comportamentais e comportamento do consumidor: qual a relação?

Antes de entrarmos no mérito dos tipos de decisões que cercam as finanças comportamentais, precisamos entender como elas se relacionam com o comportamento do consumidor.

Por mais que pareçam áreas distantes, elas se assemelham em muitos aspectos. Assim, ao compreender como os clientes se comportam, você será capaz de entender também como o mundo dos investimentos atua.

Dessa maneira, o essencial é se manter atento a como o mercado age e sua relação extremamente próxima com a tecnologia.

E sim, isso é um tanto óbvio, mas não faz com que o fato de 95% dos consumidores acessarem apenas os três primeiros links ranqueados organicamente em plataformas como Google, perca a importância.

Assim, é essencial compreender como os clientes agem, pois eles espelham o mercado.

Ao compreendê-los, você também compreenderá sua própria forma de agir e estará mais preparado para encarar o mercado sem ser pego por gatilhos mentais ou jogadas enganosas.

Quais os tipos de decisões financeiras?

Agora, sem mais delongas, vamos direto aos quatro tipos de decisões financeiras que conduzem as finanças comportamentais.

Contabilidade mental

A contabilidade mental nada mais é do que um fator de decisão que se aproveita da preguiça natural humana.

A fim de exemplificar, pense em promoções de mercados. Temos o pacote A, que custa R$30,00 e vem com 10 itens do produto, e o pacote B que custa R$88,00 e vem com 25 itens do produto.

Em uma conta rápida, podemos achar que o pacote B compensa, por ser uma opção promocional com mais itens. Entretanto, se pararmos para analisar com mais calma veremos que o custo é superior ao pacote A.

A contabilidade mental é um fator que explica investimentos pouco eficientes e pode ser combatida com decisões baseadas em dados efetivos.

Comportamento de rebanho

O comportamento de rebanho é uma decisão financeira bem conhecida, isso porque ela se estende a todos os aspectos da vida humana. Afinal, quem nunca fez algo simplesmente porque estavam todos fazendo?

No mundo das finanças comportamentais, esse conceito explica ações impulsivas e escolhas irracionais.

Outro fator preocupante desse comportamento é que ele pode ser o gatilho de golpes diversos, como os que acontecem em casos de pirâmides financeiras.

O comportamento do rebanho pode ser combatido uma vez que se tem conhecimento dele. Assim, ao perceber que uma parcela muito grande do seu mercado vem agindo da mesma forma, duvide de suas ações e busque dados para embasar seus passos seguintes.

Aversão à perda

A aversão à perda é um gatilho de decisão que também se espalha para todos os aspectos da vida humana. Isso porque, o homem sente naturalmente um medo extremo de perder, sejam oportunidades, dinheiro ou qualquer outra coisa.

Assim, esse fator de decisão das finanças comportamentais nos explica que perder nem sempre é ruim.

Desse modo, permanecer em uma situação de desvantagem nos investimentos pelo medo de perder não é aconselhável. Ao unir esse fator aos demais que explicamos, você será capaz de ponderar se o risco é válido.

Confiança exagerada

Por fim, a confiança exagerada também é um fator a se ficar de olho.

Ao superestimar sua capacidade ou ter uma visão irreal da situação como um todo, se apoiando exclusivamente em suposições de ganho, as chances de perda são maiores.

Por isso, antes de investir, tenha uma noção clara do que está acontecendo e de como você reagirá se as coisas não seguirem como o planejado. Em resumo, para evitar se perder na confiança exagerada, tenha sempre um plano B.

Conclusão

Ao unir todos os fatores de decisão financeira e conhecer a forma como as pessoas agem, tornar as finanças comportamentais um coringa na hora de investir ficará fácil.

Tudo se resume em entender o comportamento para que consiga prever futuras ações e prevenir possíveis armadilhas do mercado.

A opinião e as informações contidas neste artigo são responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, a visão da SpaceMoney.