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Rodrigo Wiethorn

Especialista em comportamento do consumidor e marketing digital.

Economia comportamental: a melhor forma de aumentar a lucratividade dos seus investimentos

Conheça os três princípios da economia comportamental e como essa área de estudos investiga a influência da ação humana nas tomadas de decisão

18 agosto 2021 - 13h25
Economia comportamental: a melhor forma de aumentar a lucratividade dos seus investimentos

Se você ainda fica em dúvida sobre o porquê de certos comportamentos que cercam o mundo das finanças não terem uma aparente justificativa, isso é porque não conhece a Economia Comportamental.

Resumida de forma bem direta como a união entre conceitos da psicologia e das finanças para entender a perspectiva humana, dentro de um universo de dados e números, ela colabora para que possamos conhecer o nosso mercado de forma mais profunda e atenta.

Assim, ela responde perguntas como: por que devo escolher esse investimento e não outro? Como o mercado funciona emocionalmente e de que forma isso me afeta? Como posso tomar decisões melhores baseado no comportamento do meu mercado? Essas entre muitas outras. Dessa forma, continue conosco para entender tudo o que precisa sobre a Economia Comportamental.

O que é economia comportamental?
A Economia Comportamental é uma área de estudos que tem por principal objetivo entender a relação entre o comportamento humano e a tomada de decisões, a fim de conseguir prever, mesmo que minimamente, os possíveis caminhos a serem seguidos pelas pessoas.

Tendo seus conhecimentos fortemente desenvolvidos nas últimas três décadas, estes estudos nos ajudam a compreender melhor nosso mercado, nossa concorrência e principalmente a desenvolver insights essenciais para os momentos de escolha.

E por mais que a economia comportamental esteja fortemente presente no mundo financeiro, como mostrarei em breve, ela pode ser aplicada em vários aspectos de nossas vidas.

Assim, para que possa compreender de forma mais palpável, vamos ver um exemplo de sua aplicação na vida cotidiana:

Imagine que está navegando pela internet e acaba parando em um site de eletrônicos, no qual acha uma oferta incrível de um smartphone e o compra. O que te levou a esse consumo? Talvez o preço realmente em conta? Ou o fato dele ter um anúncio de poucas unidades? Talvez as centenas de comentários positivos de outros consumidores tenha te influenciado?

O motivo não importa, desde que reparemos que mesmo que tenhamos em mente que consumimos de forma racional, mais de 70% de nossas decisões diárias são feitas de modo puramente emocional. Assim, fique atento a como isso influencia todos os aspectos decisórios de uma pessoa.

Como a economia comportamental influencia os investimentos?
Como acabamos de entender, a Economia Comportamental tem influência sobre todos os aspectos que envolvem uma decisão a ser tomada, e não seria diferente com os investimentos. Desse modo, é importante que a compreendamos a fundo para não sermos pegos em armadilhas do mercado, como os gatilhos mentais.

Sendo eles formas, muito eficazes, de convencer nosso emocional a realizar uma ação, deixando de lado a parte racional dessa escolha, os gatilhos podem ser um grande problema no mundo dos investimentos. Assim, conhecendo as implicações da economia comportamental você será capaz de fugir deles e realizar sempre a melhor escolha para você.

Os três principais princípios da Economia Comportamental
Agora que já sabe tudo o que precisa sobre os conceitos que envolvem essa economia, precisamos entender ainda quais são seus três principais pontos de influência. Ou seja, seus princípios norteadores.

1. Prova Social
O primeiro ponto de influência que precisamos notar, o qual pode ser usado a favor ou contra nós dentro da economia comportamental, é a Prova Social. Ela se resume como o uso de opiniões positivas de pessoas que já se envolveram com uma marca, investidor ou negócio para propagarem uma visão benéfica para seus possíveis compradores.

De forma simples, a prova social é relevante a essa economia por ser uma carta na manga importante para influenciar o comportamento das pessoas. Uma vez que nos deparamos com uma grande quantidade de comentários positivos, nos sentimos tomados por um desejo de pertencimento que nos faz realizar ações como investir em algo que não temos tanta certeza de retorno.

Assim, use essas provas para ter um embasamento da qualidade de seus investimentos, mas não as use como única fonte de decisão.

2. Medo da perda
O medo da perda também é uma questão que se destaca, uma vez que está diretamente ligado a um comportamento intrínseco ao ser humano. O medo que desenvolvemos de perder algo, ficar de fora, ou deixar uma oportunidade passar nos leva a cometer decisões puramente por impulso, o que quase nunca é algo bom de se fazer.

Desse modo, ao invés de se deixar levar pelo pensamento de que “não posso deixar essa oportunidade passar”, calcule e acumule dados que possam justificar essa ação.

3. Heurística
Por fim, não poderíamos deixar de falar sobre a heurística, uma vez que ela é o mecanismo principal por trás da Economia Comportamental.

Sendo ela o “piloto automático” do nosso cérebro, a heurística é responsável por nos ajudar a tomar decisões gastando o mínimo de esforço possível. Assim, sabe quando você não consegue se lembrar se trancou ou não a porta de casa por fazer isso de modo automático? Pois bem, isso é uma escolha heurística.

No mundo dos investimentos devemos evitar esse tipo de decisão o máximo possível, porque elas quase nunca são boas para os negócios. Assim, tenha certeza de que está analisando todos os aspectos pertinentes antes de fazer qualquer escolha.

Conclusão
A Economia Comportamental é um conceito psicológico que está presente no dia a dia do mundo financeiro, e por isso merece tanto destaque. Ao compreender seu funcionamento e identificá-lo em suas decisões, verá como é possível moldar o mercado para suas melhores escolhas.