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Jorge Augusto Saab

Sócio da Amazônia Capital.

Petróleo, guerra e coronavírus não afetam uma boa estratégia de investimentos

Se o plano de navegação estiver bem feito, o navio chegará no destino desejado

25 fevereiro 2022 - 16h45
Petróleo, guerra e coronavírus não afetam uma boa estratégia de investimentos

A Rússia, lamentavelmente, invadiu a Ucrânia e, poucas horas depois, as redes sociais já estão cheias de vídeos dos ditos influenciadores financeiros com títulos bombásticos do tipo: “Guerra na Ucrânia, e agora o que fazer com seus investimentos?”.

Pois bem, da forma como fazemos gestão de patrimônio na Amazônia, a resposta para essa pergunta é muito simples: nada.

No meu último artigo aqui para o portal Spacemoney, comentei a respeito dos infindáveis estímulos dopaminérgicos que essa turma vive espalhando, com um tom de “buemba, buemba” – perdão pelo inevitável trocadilho. Todo novo dia há uma nova notícia, que configura um novo contexto que “exige” uma radical adaptação do seu portfolio e, se você (ou seu assessor) não estiver fazendo nada, trata-se de uma gravíssima negligência.

Na nossa abordagem, se o planejamento referente à carteira do investidor tiver sido bem feito, contemplando todos os aspectos relevantes da sua vida, a carteira estará construída para navegar 99% dos cenários possíveis. Esses aspectos incluem situação profissional, questões patrimoniais, necessidades de liquidez, planos, desejos, aspectos referentes a saúde e aposentadoria, comportamento diante do risco, entre muitos outros.

Não será uma invasão militar, uma nova variante do coronavírus, o barril de petróleo a 50 ou 100 dólares ou mesmo o bitcoin cair ou subir que vai nos fazer ziguezaguear com o transatlântico. Pelo contrário, se o plano de navegação estiver bem feito, o navio estará apontado para o destino e no meio do caminho haverá apenas ajustes pontuais.

Algo muito diferente disso só vai ferir o investidor, e sua poupança conquistada com tanto suor. Serão inúmeros custos de transação, muitas compras na alta e vendas na baixa, ansiedades com notícias irrelevantes e decisões tomadas com o fígado e não com o cérebro.

Não vou nem entrar na discussão de que modelos de remuneração ainda muito frequentes no mercado fazem com que nacos do seu patrimônio sejam mordidos a cada uma dessas guinadas. Tudo isso joga muito contra os retornos de uma carteira, algo que no longo prazo – pelo efeito dos juros compostos – pode causar verdadeira destruição patrimonial.

Portanto, no dia de hoje, para os poucos clientes que nos perguntaram o que fazer, a resposta é um reconfortante e convicto “nada”.

A opinião e as informações contidas neste artigo são responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, a visão da SpaceMoney.