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Arthur Farache

Advogado e CEO da Hurst Capital.

Melhor vacina contra volatilidade das bolsas em 2021 é investir em ativos reais

Por melhores que sejam as perspectivas de desenvolvimento de uma vacina eficaz contra a Covid-19, não podemos descartar o cenário contrário. rio.

01 dezembro 2020 - 16h02
Melhor vacina contra volatilidade das bolsas em 2021 é investir em ativos reais

Por melhores que sejam as perspectivas de desenvolvimento de uma vacina eficaz contra a Covid-19, e de sua distribuição à população mundial ainda no primeiro semestre de 2021, o fato é que não podemos descartar o cenário contrário. Assim sendo, caso haja uma demora ainda maior para a aprovação da vacina enquanto avança uma segunda onda da doença, que já tem atingido alguns países no exterior, as quedas nas Bolsas serão mais uma vez inevitáveis.

Além disso, há muitos outros fatores políticos e sociais que interferem diretamente na economia mundial, e que ainda não possuem exatamente uma definição concreta em relação a como serão equacionadas. Alguns exemplos são: a sempre presente instabilidade política do Brasil; as eleições estadunidenses e seu desenrolar; os incêndios no Pantanal e na Amazônia; e outros fatores que ainda nem estão no radar, mas que podem surgir de repente e afetar os investimentos para 2021.

Mesmo a possibilidade de aumento da taxa Selic, cujo Boletim Focus divulgado pelo Banco Central semanalmente já tem apontado há algumas semanas que pode passar de 2% para 3% ao ano em 2021, não chega a ser uma notícia empolgante. Apesar da perspectiva esperançosa, falando em rentabilidade, o aumento é pouquíssimo expressivo, mantendo os investimentos de renda fixa dentre as opções menos rentáveis do mercado.

Com todas essas variáveis em mente, é possível observar que as perspectivas do mercado financeiro para 2021 ainda são bastante incertas.  Em momentos como esse, o ideal é sempre respirar fundo e não tomar atitudes precipitadas. 

Mitigando riscos

O caminho é buscar investimentos para 2021 que possuam maior segurança e não coloquem o portfólio em risco por conta de altas volatilidades que, é fato, ainda estarão presentes no próximo ano. Nesse sentido, a melhor aposta é considerar a inclusão de um ativo descorrelacionado com a Bolsa de Valores, que não sofra com a volatilidade e, portanto, não esteja atrelado à taxa básica de juros brasileira. Unindo esses dois aspectos é possível ganhar em proteção e em rentabilidade.

Atualmente, os ativos reais representam uma excelente opção nesse sentido, pois são investimentos ligados à economia real e seus produtos não são negociados no mercado financeiro e de capitais. Esse é o principal motivo pelo qual nenhuma das possíveis mudanças na economia mundial em 2021 pode afetar esses ativos.

Em 2020, enquanto o investidor tradicional se desesperava vendo seu dinheiro escorrer com o avanço da pandemia, e sua rentabilidade sumir com as quedas históricas da Selic, aquele que já havia incluído os ativos reais em seu portfólio dormia tranquilo.

A experiência, apesar de traumática, foi também bastante educativa. Agora, quando se aproxima o momento de buscar pelos melhores investimentos para 2021, a dica é considerar muito fortemente investir em ativos reais e construir um portfólio resiliente para enfrentar o que vier pela frente no próximo ano.

De maneira geral, toda a classe de ativos reais pode beneficiar um portfólio em termos de diversificação, mas ultimamente o mercado vem oferecendo opções inovadoras com promessas de rentabilidade surpreendente.

É o caso, por exemplo, do investimento em royalties musicais, um tipo de iniciativa já consolidada no mercado internacional, que está chegando ao Brasil. Nele, o investidor se torna proprietário de uma parcela dos recebíveis de royalties de um determinado artista. Dessa forma, é ele quem recebe os valores pagos por execução pública ou em streaming.

Outro exemplo é o investimento em incorporação imobiliária. Nesta modalidade o investidor tem a oportunidade de agir no momento mais rentável do imóvel, que é antes mesmo da montagem do estande de vendas. É neste estágio que o incorporador colhe seus maiores lucros e permite que seus parceiros lucrem juntos com ele.

Finalmente existe a oportunidade em títulos públicos judiciais. Popularmente conhecidos como precatórios, eles são ordens de pagamentos emitidas pelo Tribunal de Justiça que obrigam um órgão público ou governo ao pagamento de uma quantia em dinheiro a uma pessoa física ou jurídica. Ao comprar este título com deságio, o investidor se torna o “dono” daquele precatório e, quando o valor for pago, ele lucra com a diferença entre o valor da compra e o valor de face.

Todas essas modalidades e muitas outras oferecem um nível de rentabilidade tão ou mais satisfatório do que as tradicionais movimentações em Bolsas, mas sem a tensão de poder perder tudo o que conquistou minutos depois de ouvir a vinheta do Plantão do Jornal Nacional.

Ou seja: Para ter um 2021 mais tranquilo em relação aos investimentos a saída é escolher ativos reais.

A opinião e as informações contidas neste artigo são responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, a visão da SpaceMoney.

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